A Escola, ao longo da história humana, foi se configurando como a instituição escolhida para educar. Em sua estrutura currículo, pedagogia e metodologia são instrumentos orientadores da prática do educador.
Não podemos tratar de nenhum desses tópicos se esquecemos que somos orientados por paradigmas. De modo muito simplificado podemos abordar dois grandes paradigmas em torno do qual foram se desenvolvendo concepções culturais, filosóficas e educacionais.
Para os que seguem o Paradigma Positivista, a realidade existe fora de nossa percepção, assim sendo, nem a busca da verdade nem a própria verdade são questionáveis. A verdade existe e está a espera de ser descoberta, ou repassada por alguém, ou seja, pelo professor, que se sente o dono da verdade. Esse paradigma orienta a prática dos educadores tradicionalistas, e é marca predominante na filosofia ocidental.
Já os que se orientam pelo Paradigma Sistêmico, acreditam que a realidade é fabricada na mente humana, e como os processos mentais são complexos e podem proporcionar percepções diferentes, a verdade passa a ser questionada, pois é construída / fabricada. O professor sente-se como um contínuo aprendiz, reavaliando suas crenças e aperfeiçoando-se continuamente. Ao estudante atribui-se o papel de responsabilizar-se pelo seu processo de construção de conhecimento de maneira ativa e crítico-relfexiva. Esse paradigma vem sendo cada vez mais assumido por educadores no Brasil.
Currículo, escola e ensino são coisas diferentes, mas interligadas. É difícil traçar uma linha divisória para demarcar uma separação, afinal, o currículo depende do tipo de ensino que se quer adotar e da escola que se deseja, ou seja, dependo dos paradigmas que conduzem a prática pedagógica.
O currículo é orientado em função do saber válido socialmente e digno de ser transmitido. Sendo uma seleção intencional de conteúdos, organizados de maneira a levar o estudante a alcance resultados previamente estabelecidos. É, então, muito mais que uma grade curricular, pois abarca todo o envolvimento escolar para propiciar o dinamismo do processo educacional.
“O currículo não é um elemento inocente e neutro de transmissão desinteressado do conhecimento social. O currículo está implicado em relações de poder, o currículo transmite visões sociais particulares e interessadas, o currículo produz identidades individuais e sociais particulares.” (p.8 MOREIRA, A. e SILVA, T.)
Muitos teóricos defendem a existência de um Currículo Escrito (e expressão estática de desejos, de conteúdos e habilidades a serem trabalhados nas escolas) e um Currículo Real (que de fato acontece na escola, resultado da história de vida, das percepções que orientam a prática de cada membro da comunidade escolar)
A palavra Pedagogia nasce na Grécia Antiga, como resultado de paidós (criança) e agogé (condução). Seu objeto de estudo são os processos formativos que atuam por meio da comunicação e intercâmbio da experiência humana acumulada. É a compreensão da educação como prática humana e social. O pedagogo não possui quanto ao seu objeto de estudo um conteúdo intrinsecamente próprio, mas um domínio próprio (a educação), e um enfoque próprio (o educacional), que lhe assegurara seu caráter científico.
Propomos a utilização de uma pedagogia que valorize a diversidade e procure estabelecer relação entre saberes da oralidade (vivos nas culturas populares de tradição) e o ensino formal presente nas escolas. A essa pedagogia chamamos Pedagogia Griô.
A Metodologia é o estudo dos métodos, caminho ou processos (qualitativo, quantitativo, misto) que conduzem um determinado processo. É orientada por uma intenção política, tem etapas e utiliza um conjunto de instrumentos (questionário, entrevista etc), que seguem regras/normas (rigor, lógica e coerência) e são realizados por uma pessoa ou equipe (com divisão do trabalho), resultando numa tabulação e tratamento dos dados que finalizam o processo.
E como na vida nossas ações não são faccionadas como as disciplinas escolares, a utilização da metodologia de Projeto Interdisciplinares ganha uma importância grande. Ex.: Para estudar qualquer manifestação das Culturas Populares é preciso compreender que essa manifestação acontece em um lugar (seu meio ambiente); com organização geográfica e política (geografia); é executada por seres humanos (psicologia, sociologia), que são também seres vivos (biologia), detentores de uma história pessoal e coletiva (história); que essas manifestações podem ser lendas, músicas, teatro, artesanato (arte), e assim por diante.
Projeto - aprendizagem por escolha de tema (um assunto, uma questão, um problema) a ser estudado ou investigar. Informações e conhecimentos buscados apenas quando forem necessários ou relevantes para o projeto e apenas por causa dessa necessidade ou relevância, não porque fazem parte de disciplinas curriculares que precisam ser estudadas.
Interdisciplinaridade - Para estudar qualquer manifestação das Culturas Populares é preciso compreender que essa manifestação acontece em um lugar (seu meio ambiente); com organização geográfica e política (geografia); é executada por seres humanos (psicologia, sociologia), que são também seres vivos (biologia), detentores de uma história pessoal e coletiva (história); que essas manifestações podem ser lendas, músicas, teatro, artesanato (arte), e assim por diante.
Para nossa prática, vale a pena refletir:
• Que CURRÍCULOS as escolas ou secretarias municipais estão construindo?
• De que forma a os conteúdos e habilidades estão presentes neste currículo?
• Como estão sendo concebidos e avaliados os conteúdos curriculares?
• A que se propõe e a quem serve esse currículo?
• Como esse Projeto pode contribuir com o nosso pensar sobre CURRÍCULO?
• De que forma a os conteúdos e habilidades aqui trabalhados poderão estar presentes em nosso currículo?
• A partir de que concepção pedagógica?
• Com que metodologias?
• Como avaliaremos esse processo?
• A que se propõe e a quem serve esse currículo?
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
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